sexta-feira, 8 de julho de 2011

O PASSARINHO E O INCÊNDIO.

Na grande floresta de Sariã, na Índia, viviam muitos animais. Destacava-se, entre eles, um passarinho muito estimado pelos companheiros.
Certa vez irrompeu na floresta violento incêndio; os moradores de Sariã ficaram apavorados com a inesperada calamidade. O fogo ameaçava devorar as, árvores seculares e os bosques acolhedores.
Que fazer? As labaredas eram terríveis. Ao calor das chamas que avermelhavam o céu, a mataria crepitava. Os troncos imensos rolavam reduzidos a pedaços negros de carvão.
Vendo o que se passava o passarinho ficou muito aflito. Correu ao rio, meteu-se nele e voou sobre as chamas. Com a água conservada nas penas aspergia o fogo tentando, desse modo, apagá-lo. Ia ao rio e vinha incessantemente, repetindo essa fatigante manobra sem desfalecimentos.
Um chacal, indolente observou irônico:
- Ó amigo, que tolice estás fazendo? Então achas que com esses pinguinhos de água que levas nas penas conseguirás apagar o incêndio que lavra em todo esse mataréu?
Replicou o passarinho:
- Bem sei que o meu auxílio é insignificante e fraco diante das colunas de fogo e fumo que aniquilam a floresta. Não posso, porém, fazer mais do que faço, logo estou cumprindo com o meu dever. Se todos as houvéssemos atacado na medida de nossas forças e possibilidades, as chamas que agora destroem a nossa mata já estariam extintas.
E retornou orgulhoso, sem sobra de desânimo, ao seu trabalho.
A miséria que tortura os infelizes é como um grande incêndio que devora o mundo. Diante desse incêndio as almas caridosas devem seguir o admirável exemplo do passarinho de Sariã. Não importa que a esmola seja ínfima e modesta. As pequenas gotas reunidas formam a torrente impetuosa que abate as chamas e extingue o fogo.
 
(“Lendas do Céu e da Terra”)

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