segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Kielse quer nulidade nos aditivos de pedágios do Paraná


O parlamentar também defende a imediata realização de obras nas rodovias e questiona os altos custos das tarifas.
O deputado Cleiton Kielse (PEN) apresenta na próxima semana na Assembleia Legislativa (ALEP), um requerimento que torna nulos os aditivos dos pedágios e a postergação de obras nas rodovias paranaenses.
Para o deputado os aditivos são ações desastrosas feitas com as concessionárias. “Eles são totalmente irregulares e contra a população paranaense” declarou.
Kielse explicou que no ano de 2000 foi firmado o primeiro aditivo retirando 567 quilômetros de estradas a serem duplicadas e essas obras nunca mais vão acontecer. “Eles retiraram viadutos, trincheiras, contornos de cidades. Um exemplo é o contorno de Ponta Grossa onde em 1996 deveriam ser investidos mais de R$ 42 milhões que em valores de hoje passam de R$ 200 milhões” afirmou.
O parlamentar relatou que outros trechos importantes de rodovias, como a ligação Ponta Grossa a Apucarana onde mais da metade dos trechos foram retirados e no trecho Irati a Guarapuava, Guarapuava a foz do Iguaçu com altos índices de mortalidade, não receberão mais estas obras consideradas de altíssima prioridade.
Ele informou que em 2002 outro aditivo foi assinado postergando o residual das obras mais baratas e convencionais transferindo a data de sua execução de 2007 para 2014, “são sete anos sem fazer nada nas rodovias, apenas cortando grama e fazendo pequenos recapes. Em 2004 para encolher os valores firmaram outro aditivo e retiraram trechos perigosos onde há um alto índice de acidentes fatais na região de Cascavel, da Lapa, nas concessões da empresa Caminhos do Paraná e Ecocataratas, apenas para visualização política dos governantes. Até agora as empresas de pedágio deveriam ter duplicado 85 por cento de toda a malha viária do anel de integração do Paraná, mas isso infelizmente não aconteceu”.
 Prejuízo – O deputado Kielse apresenta números que assustam, principalmente para o transporte de mercadorias através do sistema rodoviário do Paraná. “Hoje temos as tarifas mais caras e criminosas do país no Paraná. Um caminhão de nove eixos, por exemplo, para fazer o trecho entre Foz do Iguaçu e Paranaguá vai gastar R$ 1.456,00 de pedágio para ir e voltar. Se fizer duas viagens por semana aproximadamente R$ 3 mil. Em quatro semanas são R$ 12 mil. Por ano este valor chega a R$ 144 mil, que multiplicados por oito anos, ou cem meses, que é o prazo normal de financiamento de um caminhão, fará com que o transportador gaste aproximadamente R$ 1.152.000,00 de pedágio. Simplesmente o dobro do valor que ele pagaria no seu caminhão. É um crime continuado. É uma vergonha que temos aqui em nosso estado, e ainda há gente que defende os pedágios neste formato absurdo e criminoso” afirmou.
 Muito o que fazer - Na Sessão Plenária da ALEP da última segunda-feira (03), o assessor parlamentar do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (Crea) Alvaro José Cabrini Junior informou que em uma vistoria de 12 dias feitas nas estradas do Paraná constatou-se que grande parte dos trechos estão em boas condições “Mas investimentos devem ser feitos e duplicações devem ser antecipadas. São vários pontos críticos  e são muitos os pontos que precisam de intervenção. Falta muita obra a ser feita ainda. Qualquer investimento a ser feito irá ficar muito aquém da necessidade deixando o Estado com um déficit muito grande de duplicações do que nós precisaríamos ter” explicou.
 Falhas - Kielse afirma que não houve um rito processual para que se promovesse os aditivos. “Foi um acerto feito entre quatro paredes. Não houve a anuência da população e nem autorização da Assembleia. Quem paga o preço das vidas que se foram e das que serão perdidas ainda nestas estradas?” questiona.
Ele defende que o CREA, o Ministério Público Estadual, o Ministério Público Federal, a opinião pública, as entidades e organizações se unam para ajudar o Paraná. “É preciso uma mobilização numa ação popular conjunta que apresentarei semana que vem na Assembleia para que o pedágio seja encampado pelo governo Federal. As praças de pedágio são hoje praças de assalto contra a vida das pessoas e contra a economia do Paraná” declarou.
Vidas – Kielse afirma que quer ver a solução para este problema da falta de duplicação imediatamente para evitar que as mortes nas rodovias continuem aumentando. Este ano cerca de 600 pessoas devem perder a vida nas estradas e esse número nos últimos anos já passa de cinco mil apenas nos trechos pedagiados. “É o maior crime continuado contra pessoas inocentes que morrem em rodovias que deveriam estar duplicadas há dez anos e que com este modelo de pedágio jamais serão duplicadas” concluiu o deputado.
O atual contrato com as concessionárias tem 15 anos e dentro de  outros nove anos devem ser renovados.

Fonte: Gabinete do Deputado Estadual Cleiton Kielse (PEN)
Autor: Luíz Henrique

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